Memórias Indígenas do Brasil no exterior: Coleções Digitais compartilhadas
Portal do Patrimônio Cultural Digital dos povos indígenas que apresentamos aqui é uma plataforma digital que reúne e dá acesso a um conjunto de informações de acervos etnográficos de povos indígenas que vivem e viveram no Brasil e em países contíguos, mas que encontram-se sob a guarda de museus estrangeiros, sendo pouco conhecidos ou desconhecidos das próprias comunidades de origem, de lideranças e pesquisadores indígenas e não indígenas no Brasil.
Este trabalho faz parte do projeto de reconstrução das coleções do Setor de Etnografia e Etnologia do Museu Nacional/UFRJ, iniciado após o incêndio ocorrido em 2018 por meio da construção de parcerias de museus estrangeiros, sobretudo europeus, visando o compartilhamento de dados digitais das coleções que estão sob a sua guarda.
A criação do Portal do Patrimônio Cultural Digital dos Povos Indígenas que vem sendo.desenvolvido pelo Laboratório Etnomuseu de Etnografia Participativa e Museologia Dialógica, o ETNOMUSEU é fruto de um trabalho colaborativo e coletivo em diferentes escalas no sentido de garantir aos povos indígenas o direito ao acesso aos seus bens culturais e às suas memórias, ainda que virtualmente.
Temos como objetivo promover o mapeamento, a organização e a divulgação científica de um conjunto de itens que atualmente totaliza cerca de 40 mil, entre acervos etnográficos, fotográficos, audiovisuais, sonoros e documentais. São documentos e artefatos culturais que datam do século XVII até os dias de hoje confeccionados e produzidos por mais de 250 povos indígenas que vivem e viveram no Brasil e nos países vizinhos e que encontram-se sob a guarda de museus estrangeiros.
O objetivo deste portal digital é de garantir o direito aos povos originários ao acesso livre, gratuito e em português às memórias de seus povos, reunindo, digitalmente, este conjunto de itens que formam o patrimônio cultural material e imaterial de povos indígenas que foi desterritorializado e alocado em distintas localidades no mundo, por diferentes dinâmicas em diferentes momentos.
O trabalho vem sendo possível por meio da articulação de uma rede de pesquisadores, professores, lideranças comunitárias e produtores de bens culturais e contou com a colaboração de diretores, curadores e técnicos de todos os museus etnográficos aqui mencionados, de pesquisadores colaboradores brasileiros, estudantes de iniciação científica e de extensão universitária da UFRJ.
A pesquisa básica pode ser feita a partir de três eixos: 1. por povo indígena; 2. por museu de origem; 3. por tipologia museológica, pelo nome dos artefatos. A busca avançada é mais direcionada e pode ser feita a partir do preenchimento de um dos eixos temáticos. Há ainda a possibilidade de pesquisar a partir da nuvem de palavras.
Esperamos que pesquisadores indígenas e não indígenas possam navegar por este mundo de memórias e histórias de seus povos.
COLEÇÕES DIGITAIS COMPARTILHADAS
Navegue por este mundo de memórias
Algumas Obras do Nosso acervo
Obras


Pulseira (par)
Corda de fibras toscamente inclinadas, de cor vermelha, enrolada em espiral em várias fiadas e em 2 camadas e parcialmente atada com fio de algodão. Esta peça é confeccionada pelos amigos cerimoniais masculinos dos iniciados e usada pelos iniciados durante a fase final da iniciação dos festivais bemp “,” tàkàk “ou” ngôre “. Após alguns …


Coifa
Objeto composto por 2 fios de folha de babaçu amarrados em macacão, com as pontas dos nós em pé. Peça confeccionada e usada por todos os homens durante a festa de imposição do nome tàkàk “, e pelos solteiros durante a festa” kwòrò kangô “., Usada na cabeça, nós dispostos lateralmente como orelhas”


Um de um par de brincos com penas vermelhas em torno de um disco de concha
Um de um par de brincos com penas vermelhas em torno de um disco de concha, todos presos a varas finas.


Faixa frontal
Faixa frontal em tecido de algodão decorada com franja de pompons de penas amarelas e pretas. Cordões de algodão formam um pendente dorsal com um pequeno tufo de penas na ponta. Provavelmente índios Mundurucu, Rio Tapajós. Atribuição Gérard Baer.